Mente Reformada

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

A Eleição Para Salvação: Representação do Amor Divino

Este artigo é uma continuação do nosso estudo sobre os decretos de Deus e sua relação com a fé e a incredulidade. Se você ainda não leu o artigo anterior, recomendamos que o faça primeiro: Decreto de Deus e os Conceitos de Fé e Incredulidade. Depois continue aqui, e entenda como a eleição para salvação consiste na representação do amor de Deus em favor dos seus escolhidos.

Neste artigo, vamos refletir sobre uma das doutrinas centrais do ensino reformado: a eleição. Embora seja um assunto profundo, ele também é profundamente consolador, especialmente para quem está começando a caminhar com Cristo e deseja entender melhor como a salvação acontece e quem a torna possível.

O que é a eleição para salvação?

De maneira simples, a eleição para salvação é a decisão amorosa e soberana de Deus, tomada antes mesmo da criação do mundo, de salvar certas pessoas por meio de Jesus Cristo. Essa escolha não se baseia em méritos humanos, boas obras ou qualquer qualidade especial que possamos ter. Pelo contrário, todos nós estávamos igualmente perdidos e caídos em pecado. A Bíblia diz que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23).

A eleição para salvação, portanto, é fruto única e exclusivamente da graça de Deus. É como se, diante de uma multidão de pessoas afogando-se num rio, Deus escolhesse resgatar algumas delas — não porque nadavam melhor ou gritavam mais alto, mas simplesmente porque Ele decidiu agir com misericórdia e alcançar alguns. É o que a Escritura declara em Efésios 1.4-5:

Deus nos escolheu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade.”

Essa decisão eterna de Deus recebe o nome de “propósito imutável”, ou seja, um plano que não muda e não falha. Deus, por Sua livre vontade, escolheu um número específico de pessoas e garantiu que, no tempo determinado, Ele mesmo as chamaria, lhes concederia a fé, as manteria unidas a Cristo e, por fim, as glorificaria (Romanos 8.30).

Cristo: o centro da eleição para salvação

Outro ponto essencial para entendermos é que Cristo é o Mediador e a base da eleição. Não somos escolhidos por nós mesmos, mas em Cristo. Isso significa que, desde a eternidade, Deus também estabeleceu que Jesus seria o Salvador e o Cabeça de todos os eleitos. Ele é aquele que veio ao mundo, viveu sem pecado, morreu na cruz pelos seus, e ressuscitou para garantir a salvação de todos os que o Pai lhe deu (João 17.2; João 6.37, 44).

A eleição não é um decreto aleatório, mas profundamente amoroso e centrado na pessoa do Salvador. Se você crê em Cristo hoje, saiba: essa fé é fruto da ação de Deus que, desde a eternidade, planejou te chamar para si.

A fé, o chamado e a salvação

Talvez alguém pergunte: “Mas se Deus escolhe, como sabemos quem são os eleitos?” A resposta é simples e pastoral: os eleitos são aqueles que creem verdadeiramente em Jesus Cristo, aqueles que o Espírito Santo chama eficazmente e que respondem com fé. Esse chamado não é apenas uma pregação externa, mas uma obra interna e poderosa de Deus no coração, que opera a regeneração do eleito. A Escritura diz:

“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.” (1 Coríntios 1.9)

Essa fé não nasce da força humana, mas é um dom de Deus, que concede aos eleitos a capacidade de crer, justificá-los (declarando-os justos diante de Deus), santificá-los (transformando-os ao longo da vida) e glorificá-los (concedendo-lhes a plenitude da salvação na eternidade). Deus não apenas escolhe o fim (a salvação), mas também o caminho até lá (Efésios 2.10).

Um único decreto eterno

Outro aspecto importante: não há dois tipos de eleição — uma para os antigos e outra para os de hoje. A Bíblia nos ensina que há um só decreto eterno de eleição, válido tanto para os salvos do Antigo Testamento quanto para os do Novo Testamento. Deus salvou todos pela mesma graça, pelo mesmo Cristo e conforme o mesmo propósito eterno. Os crentes do Antigo Testamento foram justificados pela fé no Messias que haveria de vir na plenitude dos tempo; os do Novo Testamento em diante, pela fé no Messias que veio. Logo, quem pensa que os crentes da antiga aliança foram salvos fora da graça se engana.

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, continuamente, eles oferecem. Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados? Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.” (Hebreus 10.1–4)

Esse trecho mostra que os sacrifícios da antiga aliança eram apenas uma sombra, ou seja, uma representação imperfeita e temporária do sacrifício perfeito de Cristo, que viria depois.

Logo, a eleição é uma demonstração da riqueza da graça de Deus, que age livremente e poderosamente para salvar. Isso deve nos encher de reverência, humildade e gratidão. Sobre o povo de Deus na Antiga Aliança, é dito:

“Porque o Senhor vos amou… não porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo… mas porque o Senhor vos amava…” (Deuteronômio 7.7-8)

Conclusão

A doutrina da eleição não é um convite à especulação, mas ao louvor. Ela não gera orgulho em nós, pois Deus não nos escolheu por causa de algo em nós; pelo contrário, ela nos conduz à humildade e à adoração, pois Deus nos alcançou apesar de nós.

Se hoje você crê em Cristo, é porque Deus decidiu te amar antes que o mundo existisse. E Ele não apenas começou essa boa obra, mas prometeu completá-la (Filipenses 1.6). Nenhum dos seus eleitos se perderá, pois Ele mesmo os fará preseverar até o fim.

Que essa verdade fortaleça a sua fé, encha o seu coração de segurança e te leve a viver uma vida de obediência e louvor Àquele que te escolheu em amor.

“Aos que predestinou, a esses também chamou; aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8.30)


RESPONDA AO QUIZ INTERATIVO e teste sua compreensão sobre a doutrina da eleição! Aproveite para revisar os principais pontos estudados neste artigo.

Livro Por Amor de Sião
ANÚNCIO
Por amor de Sião: Israel, igreja e a fidelidade de Deus

No livro Por Amor de Sião, Franklin Ferreira, após uma extensa pesquisa, argumenta que a tradição evangélica do século 20 se afastou da missão entre os judeus, focando excessivamente na missão ao mundo gentílico. O autor propõe uma reconsideração do papel dos cristãos do século 21 em relação ao povo judeu, levantando questões históricas sobre a conversão dos judeus ao Messias e o retorno de Israel à sua terra, além de discutir o impacto do antissemitismo, do sionismo cristão e da eleição de Israel nas discussões teológicas.

REDE SOCIAL
@teoreformata

Siga nosso perfil no Instagram.

Mente Reformada

Resenhas de livros, artigos sobre inteligência emocional e conteúdos que promovem aprendizado e autodescoberta, com foco na fé cristã.

Mente Reformada

Resenhas de livros, artigos sobre inteligência emocional e conteúdos que promovem aprendizado e autodescoberta, com foco na fé cristã.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

error: Content is protected !!