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Bebês Reborn: A Febre do Momento

Bebês reborn são bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos, com detalhes projetados para parecerem bebês reais. Detalhes como veias, dobras na pele, cílios e cabelos implantados fio a fio dão um aspecto extremamente realístico aos bonecos(as). Produzidos com vinil ou silicone, essas bonecas encantam pela semelhança com recém-nascidos. Muitas pessoas, especialmente mulheres, tem utilizados essas bonecas para fins terapêuticos ou como hobby, mas a prática levanta questões éticas e espirituais.

Neste artigo, portanto, vamos explorar esse fenômeno dos bebês reborn, seus usos, custos, polêmicas envolvidas e, obviamente, uma perspectiva bíblica sobre o tema.

Por que os bebês reborn se tornaram populares?

A popularidade dos bebês reborn explodiu nas redes sociais. Vídeos mostrando “rotinas de cuidados”, como trocar fraldas ou preparar mamadeiras, atraem milhões de visualizações. Os exemplares são tão realísticos, que inicialmente, quem vê os vídeos não percebe que se trata de bonecas. Além disso, a prática ganhou força por seu apelo emocional também. Pessoas que enfrentam solidão, luto por perdas gestacionais ou traumas encontram “consolo” momentâneo ao “cuidar” dessas bonecas. A combinação de apelo visual e conexão emocional tem impulsionado essa tendência. Mas a questão é: até que ponto isso é aceitável?

Quanto custa um bebê reborn?

Os preços variam conforme a qualidade e o nível de personalização dos exemplares. Modelos simples custam entre R$ 300 e R$ 800, adequados para iniciantes ou colecionadores casuais. Bonecas mais realistas, com detalhes avançados e materiais premium, podem custar de R$ 1.000 a R$ 5.000, ou até mais. O investimento reflete o trabalho artesanal, mas também destaca a intensidade do apego de alguns compradores; ponto este, que inclusive, merece reflexão.

Críticas e polêmicas envolvendo os bebês reborn

Os bebês reborn já entraram no centro de debates atuais, seja por questões éticas e até mesmo de ordem espiritual. De fato, é curioso ver adultos tratando bonecas como se fossem bebês reais, com afeto e rotina. Esse comportamento, em alguns casos, pode evoluir para confusão mental ou desequilíbrio emocional, especialmente quando bonecas substituem vínculos humanos. Aliás, essa substituição já ocorre com frequência, tanto que não é incomum encontrarmos pessoas que tratam animais como se fosse sua própria prole, o que revela uma inversão de papéis afetivos na cultura atual.

A romantização da maternidade

Além disso, a romantização exagerada da maternidade preocupa. Em muitos casos, o cuidado com bebês é transformado em uma espécie de “fetiche emocional”. Também não podemos ignorar as questões éticas. Essa prática, quando usada para lidar com traumas sem ajuda profissional, pode aprofundar feridas emocionais, tornando questões emotivas mais intensas. A pessoa corre o risco de confundir fantasia com realidade. Aos poucos, o mundo inanimado toma o lugar de vínculos humanos e experiências reais.

A maternidade é um dom de Deus, certamente. Não obstante, certas idealizações da maternidade, principalmente aquelas moldadas pela cultura do momento, podem se tornar disfuncionais, especialmente quando associadas a carências emocionais não resolvidas. Nesse contexto pós-moderno, o uso de bebês reborn pode, em alguns casos, servir como uma forma de “sublimação” (mecanismo de defesa), em que desejos não realizados — como maternidade, necessidade de cuidado ou carências afetivas — são transferidos para objetos simbólicos ou animais. Quando isso se torna obsessivo ou interfere no relacionamento com pessoas reais, pode indicar algum tipo de distúrbio emocional.

Embora objetos como bonecas possam ter algum valor terapêutico não deve-se desconsiderar os riscos do autoengano e da evasão da realidade. Usar objetos como substitutos de relações humanas ou como “muletas emocionais” pode, sim, impedir o enfrentamento saudável dos traumas emocionais, especialmente se isso for feito por conta própria.

Há casos extremos, inclusive, que podem resultar em transtornos dissociativos ou psicoses, quando a fantasia e a realidade se misturam. A substituição de vínculos reais por relações com objetos inanimados pode ser um sintoma de isolamento emocional ou mecanismos de fuga, o que é, problemático e precisa de acompanhamento.

Uma perspectiva bíblica sobre bebês reborn

A Bíblia não aborda o uso de bonecas realistas (os bebês reborn), obviamente. Mas nas Escrituras encontramos princípios que guiam nossa reflexão sobre esse novo momento da história humana, inclusive, diante do acelerado avanço tecnológico vivenciado.

Primeiro, Deus é a fonte suprema de consolo. “Bendito seja o Deus de toda consolação” (2 Coríntios 1:3) ensina que Ele conforta em toda aflição. Mas o ser humano, em sua natureza caída, busca preencher seu “vazio existencial” com coisas externas a si mesmo, mas que jamais serão suficientes. Só Deus é a fonte de toda consolação e somente Ele pode preenhcer o vazio da alma.

Meios de graça curam as idolatrias do coração

Recorrer a bonecas para aliviar luto, solidão ou frustrações em relacionamentos, pode oferecer alívio temporário, mas apenas Cristo proporciona cura duradoura. Cristãos, especialmente, devem desenvolver “Hábitos Espirituais”, ou o que podemos chamar de “meios de graça”, buscando a Deus em oração, leitura reflexiva da Bíblia e também comunhão interpessoal com os domésticos na fé, confiando que Deus é fiel para suprir todo vazio.

Não considerar isso, pode levar à idolatria emocional. Quando alguém dedica amor e tempo excessivos a um objeto, corre o risco de colocá-lo no lugar devido somente a Deus. João Calvino, o reformador protestante do século XVI, em sua obra “As Institutas da Religião Cristã”, afirmou acertadamente que “O coração do homem é uma perpétua fábrica de ídolos.” João, o apóstolo, já observava: “Guardai-vos dos ídolos” (1 João 5:21); um alerta contra priorizar qualquer coisa no lugar do Senhor. Um bebê reborn não é pecado em si, mas pode se tornar um objeto de idolatria; um “substituto” perigoso, principalmente se ocupar o espaço reservado para a confiança em Cristo.

Sugiro, inclusive, aos que desejam se aprofundar no tema da idolatria do coração, que leiam o livro escrito por Timothy Keller, intitulado “dEuses Falsos”, onde o autor traz uma reflexão pontual sobre a esperança que muitos colocam em coisas como sucesso, sexo, diheiro, poder e relacionamentos, com o objetivo de obter satisfação plena.

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As promessas vazias do dinheiro, sexo e poder, e a única esperança que realmente importa.

A sobriedade cristã e a realidade

Devemos viver com sobriedade: “Sede sóbrios e vigilantes” (1 Pedro 5:8). Esse texto, chama cristãos a enfrentarem a realidade, mesmo quando dolorosa. Contudo, tratar uma boneca como bebê real pode refletir uma fuga da realidade; da dor, transformando-se numa negação velada da esperança que a fé oferece. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos 12:15 incentiva chorar com os que choram, mas aponta para a redenção em Cristo, não para ilusões que as coisas inanimadas podem trazer. A sobriedade da vida cristã nos capacita a lidar com o sofrimento sem o uso de artifícios.

O chamado à compaixão cristã

Como cristãos, devemos responder aos desvios dos tempos atuais com compaixão, contudo, sem sermos complacentes com a substituição da fé por ilusões, mesmo sob o pretexto de piedade. Há casos, contudo, de pessoas que adotam bebês reborn e que carregam feridas profundas, como perdas gestacionais ou solidão. “A palavra dita no tempo certo é como maçãs de ouro” (Provérbios 25:11), já dizia o sábio, lembrando que o acolhimento amoroso é essencial. Logo, como cristãos podemos ouvir, orar e apontar para Cristo, ajudando essas pessoas a encontrar cura no evangelho, com apoio pastoral ou profissional, se necessário.

O risco de substituir relacionamentos reais

Bebês reborn, por mais realistas que sejam, não substituem as conexões humanas. Os pets, por mais estimados que sejam, também não substituem; esse não é o papel deles. A Bíblia valoriza a construção de relacionamentos autênticos, como a comunhão na igreja (Hebreus 10:24-25), considerando essa comunhão como um meio de graça, inclusive, com efeitos terapêuticos.

Investir emocionalmente em bonecas não proporcionará isso, mas do contrário, pode isolar ainda mais, e ao invés de ajudar, agravar a solidão e as frustrações. Fomos criados por Deus como seres relacionais – “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora” (Gênesis 2:18) – logo, chamados a buscar relacionamentos vivos, onde o amor e o cuidado mútuo se refletem no corpo de Cristo.


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QUEM SOU EU
Daniele Brizolla

Daniele Brizolla é pedagoga e especialista em inteligência emocional, com 14 anos de experiência na área da educação. Sua missão é auxiliar futuras mamães a terem uma gestação confiante e apoiar mães na criação de seus filhos, proporcionando segurança na educação, fortalecendo os vínculos familiares e promovendo um ambiente emocionalmente saudável. Oferece conteúdos nas redes sociais e atendimento online. Siga meu perfil no Instagram (@danielebrizolla).

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Resenhas de livros, artigos sobre inteligência emocional e conteúdos que promovem aprendizado e autodescoberta, com foco na fé cristã.

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